Um brinde ao business!

No 4º dia de Global Trip, nossa programação é conhecer a Concha y Toro, maior vinícola do Chile e uma das cinco maiores do mundo. Então, cedinho embarcamos no ônibus a caminho do Vale do Maipo, onde se produzem os vinhos tintos e se localizam a maior parte das terras da empresa. O cenário ao longo do percurso vai se modificando; partimos com a bela Cordilheira dos Andes, que amanheceu nevada, ao fundo e chegamos em terras áridas com os típicos cactos como vegetação.

No Vale do Maipo, por sua propícia localização geográfica, estão situadas cerca de 40 das 230 vinícolas existentes no Chile. Entretanto, nem todas as cepas de uvas –como são chamadas as variedades– podem ser cultivadas nesse solo. Por essa razão, a Concha y Toro possui terras também em outros vales chilenos –de onde vem as cepas brancas– e na Argentina –onde a uva Malbec tem suas mais privilegiadas condições para se desenvolver.

Em 1883, Don Melchor de Concha y Toro fundou a vinícola, trazendo da França as primeiras cepas para vinho. A empresa carrega o nome de seu fundador até hoje, além de ainda estar sediada nas terras em que tudo começou. A casa de Don Melchor faz parte do roteiro turístico pelo qual passeamos e surpreende com sua decoração preservada original, em sua maioria, desde 1875. Com 22 dormitórios, 22 hectares de jardim e 4 mil metros quadrados construídos, o verdadeiro palácio de arquitetura italiana que Don Melchor construiu serve hoje como local para reuniões e grandes eventos corporativos da vinícola.

Os alunos conheceram o jardim de variedades que está sendo cultivado. São 27 tipos de uvas se desenvolvendo para que, posteriormente, seja mais fácil treinar profissionais para identificar as especificidades de cada cepa. No entanto, desses 27 tipos de uva, apenas 12 são comercialmente produzidos pela Concha y Toro em seus 8 mil hectares no Chile e 1 mil hectare na Argentina. A região que conhecemos possui um solo tipicamente aluvial, característico pelos poucos nutrientes e a abundância de pedras. Ali nasce uma uva mais pequena e com mais açúcar, estudada e planejada para atingir o grau exato de maturação.

Depois de conhecer as vinhas ainda pequenas, visitamos outra parte do processo da criação do vinho. É durante o armazenamento sob condições climáticas bem precisas que todos os sabores nascem. A temperatura de 11,8˚C e a umidade de 80% são controladas enquanto os barris –alguns de carvalho americano e outros mais refinados de carvalho francês– repousam. No entanto, os vinhos Don Melchor, um dos mais caros produzidos pela vinícola, ficam armazenados em um lugar especial, o Casillero del Diablo. Com 4 metros de profundidade, essa adega subterrânea mantém a temperatura e a umidade ideais de modo natural. Os tijolos são unidos por uma mistura de cal, areia e clara de ovos, mas não é por essa razão que todo turista tem que conhecê-lo.

Antes mesmo do nascimento da Concha y Toro, Don Melchor já era um grande apreciador de vinhos e reservava seu preferidos exatamente no Casillero del Diablo. O espaço ganhou esse nome pela lenda que o próprio dono do lugar criou, depois que alguns de seus melhores vinhos começaram a desaparecer misteriosamente. Don Melchor descobriu que as bebidas estavam sendo roubadas e espalhou a história de que o próprio diabo guardava sua seleção especial.

Na sequência, os alunos assistiram a verdadeiras aulas de marketing aplicadas aos cases da Concha y Toro, que recebe cerca de 100 mil pessoas por ano para viver uma experiência com a marca. A equipe administrativa da vinícola contou sobre seu projeto de sustentabilidade com medidas ecológicas que geram economias. Garrafas mais leves, redução no consumo de água e preservação dos bosques locais para manter o clima da região fazem parte da iniciativa que já rendeu prêmios, como o Green Awards em 2010.

Existem 11 linhas de vinhos diferenciadas pertencentes á Concha y Toro, dentre elas, a famosa Casillero del Diablo e a requintada Marques de Casa Concha. Os estudantes tiveram a oportunidade de saber mais sobre as estratégias de marketing utilizadas pelos brand managers dessas duas marcas da vinícola. A Casillero se destaca dentre as linhas por seu volume de vendas; se fosse separada da Concha y Toro, seria, nada mais, nada menos, que a segunda maior vinícola do Chile.

O próximo e, talvez, mais aguardado passo era degustar os produtos finais desse processo que a galera conheceu no passeio. Foram oferecidos 9 vinhos diferentes da Marques de Casa Concha e da Casillero del Diablo, que eles saborearam guiados por um sommelier. Com aromas, cores, origens e gostos decifrados, a complexidade de cada taça se mostra muito maior.

Conhecer a Concha y Toro e seus vinhos foi uma oportunidade especial de percorrer os contornos do Chile através de outra perspectiva. O sucesso da empresa não é à toa; a vinícola mostrou estar à altura do lema: “Buscamos retribuir em cada garrafa o que a terra nos deu.”

Confira a reportagem:



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